sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Retrospectiva 2010

Chegamos ao último dia do ano. E como tradição, não aqui neste blogue, mas em uma memória afetiva, escrevo algumas linhas sobre o ano que passou, que está de passagem.
2010 foi um ano de recomeço, não apenas pra mim, mas, principalmente e sobretudo para uma grande amiga, a Tânia, do Impressões de Leitura. E para ela dedico esta retrospectiva.
A Tânia me ensinou muito durante este ano. E pelo jeito ainda vai me ensinar mais. Estou sempre atento aos seus textos e comentários.
Foi um ano de ausências tb. Uma grande amiga, Fátima, do Viver É Afinar os Instrumentos, que sempre estava por aqui, pouco apareceu (nesse último semestre), sei que tem lá seus motivos, mas não posso/devo deixar de dizer a ela que escrevi muito (sobretudo quando o tema era sobre relacionamento) pensando nela. Saudades e o desejo de um ano novo cheio de realizações.
Foram muitas passagens. Eu estava quase terminando (já estava em fevereiro) o link de todos que passaram por aqui com os nomes e os respectivos blogues quando sei-lá-o-que-aconteceu perdi tudo. Aí seria impossível recomeçar. De qualquer forma, fiquei surpreso com a quantidade de comentário.
Atualmente são 181 seguidores, um número enorme para quem escreve sem nenhuma pretensão. Até o momento foram 22403 entradas vindas de 87 países.
Os assuntos foram variados, mas como me prometi, coloquei poesia no blogue.
Desejo a todos (que pena ter perdido o link) um ano novo cheio de saúde, realizações, amor, paz, amizade, tranquilidade. O que mais interessa?
Que estejamos mais próximos nos próximos anos.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Aonde vivem os mortos? (texto)

Sonhei com a minha mãe. Sonho estranho. Eu estava em algum lugar (onde os mortos estão) a sua procura. Eu sabia que ela havia morrido (em todos os outros sonhos ela sempre estava viva) e queria saber se ela estava bem. Encontrei pessoas que me conheciam mas que eu não fazia ideia de quem eram. Uma filha francesa. E outros que chagaram para conversar comigo.
Era uma casa esquisita (meio destruída), num grande terreno irregular. Um lugar antigo, uma espécie de sítio com árvores, mato...
Um homem perguntou a uma mulher se eu poderia (estaria preparado para) encontrar a minha mãe. E além disso, me disse que eu deveria passar por uma espécie de treinamento. A tal mulher lhe respondeu que eu já havia passado pelo treinamento diversas vezes. Não o fiz. Algumas pessoas estavam nesse treinamento, um tipo de oração em grupo.
Encontrei muitas pessoas que podiam ser a minha mãe, homens e mulheres parecidos fisicamente com ela, mas ninguém se apresentou como se fosse ela. Essas pessoas estavam ao redor de uma grande mesa quadrada em silêncio.
Eu tb não disse nada. Fiquei ali parado olhando, tentando sozinho descobrir quem dentre aquelas pessoas poderia ser ela. Apertei a mão de alguns, senti a pele de outros. Eram peles envelhecidas, enrugadas. Não soube se ela estava bem porque não consegui descobrir quem ela era. E ninguém se pronunciou. Mas não acordei assustado.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Da Série Contos Mínimos

Encontraram-se para um almoço depois de muitos anos sem se ver. Mantiveram o frescor da amizade. Colocaram-se em dia como se nunca tivessem estado longe.
Até a despedida sentiram-se como um pra sempre.
A vida, que separa, tb une.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Receita de Ano Novo (poesia - Drummond)

Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).

Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.

É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.
(Carlos Drummond de Andrade)

domingo, 26 de dezembro de 2010

2 anos no ar (texto)

No dia 24, véspera de Natal, o Do Avesso completou dois anos no ar. Fico bastante feliz por ter esse espaço para poder escrever, trocar informações com outros blogues, conhecer possoas, aprender sobre o mundo, me expressar.
Através dele conheci pessoas incríveis. Posso dizer que fiz amigos.
Aproveito para agradecer a presença, porque sem leitor não vale muito estar por aqui. Obrigado pelos comentários, pelas discordâncias, pelos acréscimos, por tanta contribuição.
Ah, como estou de férias (merecidas), não vou bater ponto, não pelo menos com a mesma frequência.
O bolo é simples, mas o pedaço é de coração.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Superar-se (texto)

Histórias de superação sempre são emocionantes (pelo menos, pra mim), ontem, por exemplo, na academia, encontrei uma jovem senhora que após uma cirurgia na coluna  (essas quase nunca são simples) e depois em sua recuperação constatar que continuava com os movimentos nas pernas, resolveu investir numa vida mais saudável do que a que levava antes (quando nem pensava na cirurgia).
Aprendeu a correr. Mas não essas corridinhas que a gente dá até o supermercado, à farmácia, ao shopping para um presente de última hora. Aprendeu a correr grandes distâncias (meias e maratonas inteiras).
Numa conversa rápida com ela, já que cada um de nós não estava ali para conversar (ainda que eu fale sempre mais do que devia), percebi na sua fala o quanto essa valorização do natural  foi importante (ter as duas pernas, poder ouvir, enxergar etc. etc. etc.) nessa sua nova fase da vida.
Ela me contou que começou a viver intensamente depois de achar que poderia passar o resto da vida numa cama ou sabe-se lá aonde.
Sempre ouvi dizer que aprendemos pelo amor  e sobretudo pela dor e que não há outra forma de aprendizado. Não sei se é verdade para todos nós, em geral as generalizações são burras. Sei apenas que para muitos essas experiências extremas podem nos mudar bastante.
Tb não sei se a mudança sempre é positiva. Acredito que sim.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

MEC prepara kit anti-homofobia e provoca reação (Ana Cláudia Barros)

Ele nasceu a partir da constatação de que as escolas brasileiras são, em geral, ambientes hostis para adolescentes homossexuais. Foi desenvolvido com a proposta de ajudar a contornar o problema, e recebeu o sugestivo nome de Kit contra a homofobia. A previsão é que sua distribuição ocorra inicialmente em 6 mil escolas públicas a partir do ano que vem. Mesmo sem ter sido lançado pelo Ministério da Educação (MEC), o material didático, contendo cartilha, cartazes, folders e cinco vídeos educativos, já provoca discussões inflamadas.
Terreno democrático por excelência, a internet se transformou em púlpito para os que apoiam e para os que repudiam o kit, que ganhou a pecha de "Kit Gay". O debate está mobilizando redes sociais, blogosfera e até virou tema de abaixo-assinados virtuais - contrários e favoráveis ao material. Catalisou a polêmica a declaração do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) - o mesmo que sugeriu "couro" para corrigir filho "meio gayzinho" -, que, em sessão realizada no Plenário da Câmara, atacou a iniciativa. O parlamentar também fez um apelo aos colegas de Casa para que impedissem a circulação do kit.
O pronunciamento dele se espalhou pela rede e tem embasado o discurso dos que consideram o material "perigoso" por incentivar a homossexualidade entre os estudantes. O que fez Bolsonaro vociferar foram justamente os vídeos educativos, exibidos preliminarmente em seminário na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.
Um deles conta a história do personagem José Ricardo, um adolescente que gostaria de ser reconhecido como Bianca. "O vídeo fala de um travesti, um homem com identidade feminina, mostrando, inclusive, o sofrimento dele em viver em um lugar onde meninos jogam futebol e, quem não joga, é chamado de mulherzinha", explica Rosilea Wille, coordenadora Geral de Direitos Humanos do MEC, vinculada à Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), responsável pelo projeto.
Na opinião dela, a forma negativa como o Kit contra a homofobia está sendo recebido é resultado do desconhecimento em relação ao conteúdo do material e dos rumores, amplamente propagados na web.
- Foi colocado que vamos passar informação sobre diversidade sexual e identidade de gênero para crianças de sete anos. Isso nunca foi a decisão do Ministério. O projeto está sendo pensado para o Ensino Médio. Não é um projeto que vai cair de paraquedas nas escolas. Vai ser vinculado à formação dos professores. Há todo um anteparo, uma sustentação pedagógica.
Presidente da Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transexuais (ABGLT) e um dos idealizadores do kit, Toni Reis, também rechaça as acusações de que os vídeos seriam um estímulo à homossexualidade.
- O que está sendo dito é totalmente distorcido. Não queremos incentivar a homossexualidade. Ela não precisa de incentivo algum. Queremos incentivar o respeito à cidadania, à não violência, à dignidade humana. Quem está falando isso são pessoas homofóbicas, fundamentalistas religiosos. Estes são os grandes incentivadores da violência e do desrespeito - afirma.
Ela ainda explica o caráter do projeto:
- Os vídeos são extremamente didáticos. Explicam a questão do travesti, do bissexual, da lésbica. São muito bacanas porque vão ajudar o adolescente a entender a situação. Muitas vezes, o preconceito vem da desinformação. Estamos super tranquilos com esse trabalho. Ele não vai ser censurado por pessoas homofóbicas.
A vice-presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Clara Goldman, que teve acesso ao material, também desconstrói a alegação de que o kit exerceria influência na orientação sexual dos adolescentes.
- O argumento esconde um princípio de que essa sexualidade é ruim e tem que ser combatida, evitada. Essa é a base do pensamento homofóbico. O kit não orienta, não estimula, mas problematiza. Coloca no seu devido lugar a discussão que deve ser feita. O objetivo é que as pessoas LGBT possam ser respeitadas e que caibam na nossa sociedade, nos nossos espaços coletivos, o respeito a essa diversidade.
De acordo com ela, o CFP apoia a iniciativa encampada pelo MEC.
- Acho que a ideia de se produzir um material específico, que possa orientar essa discussão, é muito bem-vinda. Nós apoiamos o kit, mas nosso apoio não se restringe a ele. É em relação à luta pela promoção dos direitos dessa população em todas as políticas públicas, não só na educação. Apoiamos como uma possibilidade a mais de que, na formação, essa questão possa ser discutida com mais qualidade, assentada em princípios que sejam realmente de direitos humanos.
Terra Magazine procurou a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), mas foi informada pela assessoria de comunicação que a entidade ainda não se posicionou sobre a questão.
Bullying
A Coordenadora Geral de Direitos Humanos do MEC conta que o ponto de partida para se pensar na elaboração de um material de combate à homofobia nas escolas foi uma pesquisa realizada em 2008 e publicada no ano seguinte, sobre preconceito, discriminação e bullying.
- Ela foi feita em 501 escolas de diferentes regiões, com quase 20 mil atores. Foi comprovado que o grau de homofobia é altíssimo. Pesquisamos vários aspectos: pessoas com deficiência, a questão de gênero, orientação sexual. Os homossexuais estão entre os mais discriminados. Em cima disso, a Secad entendeu que era preciso desenvolver ações para assegurar o direito à educação de todas as pessoas.
E acrescenta:
- Todo o material trabalha com a ideia de respeito à diversidade sexual, ajuda a entender que a a escola precisa respeitar os direitos humanos dos LGBT. O Ministério da Educação está preocupado exatamente com essa sociedade que vem cada vez mais batendo em homossexuais na rua, dando tiro, como aconteceu no Rio de Janeiro e em São Paulo. Uma sociedade que precisa ser educada para respeitar os direitos humanos.
Toni Reis recorre a um levantamento feito pela Unesco para enfatizar a necessidade de se aplicar o material didático contra homofobia nas instituições de ensino. "A pesquisa mostra que 40% dos adolescentes masculinos não gostariam de ter um gay ou uma lésbica na sala de aula. A evasão escolar entre homossexuais é grande", justifica.
Rosilea frisa que a capacitação dos docentes, para que possam trabalhar com o material, será prioridade. Segundo ela, o kit ainda não foi finalizado e terá que ser submetido ao Comitê de Publicações do MEC, para ser depois impresso e enviado às escolas.

10, 9, 8, 7, 6...

Estou em contagem regressiva para entrar de férias. É claro que nem tudo são flores: meu telefone não para de tocar. Nada mais irritante do que aos 45 min. do segundo tempo pessoas procurando para reunião. Meu deus do céu!
Tento não dar muita bola. Ainda tenho trabalhos para corrigir e notas para entregar. E o telefone NÃO PARA!
Fora isso (o que não é pouco), nada mais.
Hoje já é dia 20 e eu tenho ainda que passar por duas cidades antes de chegar ao Rio (de Janeiro). A ansiedade é tanta que o sono demora a chegar e fico com aquela impressão de que estou me esquecendo de algumas coisas importantíssimas e que serão lembradas assim que eu embarcar para as férias. Acabei de me lembrar que ainda preciso encontrar um aluna amanhã...tudo bem, esse encontro é prazeroso.
Minha cabeça está no bacalhau, no tender, na salada de frutas, nos presentes, no almoço com os amigos, no reencontro depois de alguns meses com a cidade. Minha vontade está nas areias da praia, na cerveja gelada, no cinema à noite, no almoço e nas compras com a Lulu, na risada com a Vanise, no chope com o Robson e Vera, enfim, no encontro com os amigos.
No  réveillon em Copa com os amigos aqui do Paraná, na queima de fogos, nos abraços e desejos de um ano novo cheinho de amores, beijos, corações a mil, dinheiro no bolso, de dias melhores, de noites agradáveis, de descanso, de sombra e muita água de coco. Pra todos nós.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Apenas uma casa no campo e nada mais (texto)

 Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez com outro número
e outra vontade de acreditar que daqui para adiante vai ser diferente.

Para você, desejo o sonho realizado.
O amor esperado.
A esperança renovada.

Para você,
Desejo todas as cores desta vida.
Todas as alegrias que puder sorrir
Todas as músicas que puder emocionar.

Para você neste novo ano,
Desejo que os amigos sejam mais cúmplices,
Que sua família esteja mais unida,
Que sua vida seja mais bem vivida.

Gostaria de lhe desejar tantas coisas.
Mas nada seria suficiente para
Repassar o que realmente desejo a você.

Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos.
Desejos grandes e que eles possam te mover a cada minuto, ao rumo da sua FELICIDADE!!!
(Drummond - Cortar o tempo)

Tava por aqui pensando, pensando em como, mesmo que não sejamos religiosos, mesmo que não  tenhamos sido educados nas confraternizações natalinas, mesmo que não se tenha acreditado em papai noel, mesmo que, mesmo que, é praticamente impossível (pelo menos pra mim que me incluo naqueles detalhes) não pensar no natal como um momento, no mínimo, de reflexão.
Ainda que eu saiba que um ano não termina  quando ele acaba, ou que encerra no dia 31 de dezembro tudo o que foi feito ou não foi feito no decorrer do ano que se (es)vai.
Ainda que as promessas para o próximo ano sejam feitas e que comecem a valer apenas no e para o 1• de janeiro, aquele regime, aquela ida à academia, aquela vida nova, aquela alegria de viver, aquele cigarro que me faz mal, aquela depressão que me atrapalha ou promessas mais pontuais, tais como, preencher o diário para não acumular tarefas no fim de ano, consumir menos, me estressar menos no trabalho, ouvir mais do que falar, ter mais atenção no que faço etc. Nada disso é suficiente para pensar num ano independente do outro, mas, talvez, o bastante para querer pensar numa mudança (im)possível.
Estou aqui pensando no que quero para o próximo ano. Não quero muito. Quero uma casa no campo (como eu já moro no campo, fica mais fácil) onde eu possa compor muitos rocks rurais e tenha somente a certeza dos amigos do peito e nada mais .... (e por aí vou). É bom pelo menos em pensamento acreditar numas boas mudanças.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Site divulga possível avanço na pesquisa contra o HIV (texto)

'Paciente de Berlim' recebeu tratamento com células-tronco em 2007. Médicos consideram que ele pode ter se livrado do vírus que causa a Aids.

O site "The Huffington Post" divulgou nesta terça-feira (14) que Timothy Ray Brown, conhecido como o "Paciente de Berlim", pode ser a primeira pessoa a ter se livrado do vírus HIV, causador da Aids, após tratamento com células-tronco. O caso de Brown, no entanto, é algo isolado, segundo os cientistas.
Médicos que monitoram o paciente afirmam que ele não possui mais o vírus, como resultado da aplicação de células-tronco em 2007, em meio a um tratamento contra leucemia.
O caso foi apresentado pela primeira vez em 2008, em uma conferência médica. Depois, foi publicado em 2009 em uma das principais revistas médicas do mundo, a "New England Journal of Medicine" (leia reportagem do G1 na época). Até então, no entanto, os médicos falavam apenas em um "desaparecimento" do HIV.

Agora, na revista científica Blood, da Sociedade Americana de Hematologia, eles afirmam que Brown foi "curado". "Nossos resultados sugerem fortemente que a cura do HIV foi alcançada neste paciente", diz o estudo, publicado em dezembro deste ano. 
Entenda o caso
Timothy Ray Brown era HIV positivo, mas nunca chegou a desenvolver a Aids. Para evitar o surgimento da doença, ele tomava diariamente medicamentos antirretrovirais. Quando descobriu que tinha leucemia e precisaria passar por um transplante de médula óssea, Brown teve que parar com a medicação contra o HIV. Em todos os outros pacientes, a interrupção faz a doença aparecer em questão de semanas. Em Brown, isso não aconteceu.
Os cientistas acreditam que a doença não se desenvolveu porque, para o tratamento contra a leucemia, Brown recebeu um transplante de células-tronco com uma mutação -- elas não possuíam um receptor chamado CCR5, que é vital à multiplicação do vírus da Aids. Como consequência, o organismo dele conseguiu recompor as células de defesa que tinham sido atingidas pelo vírus.
O caso de Brown é um avanço na busca pela cura do HIV, com base na aplicação de células-tronco geneticamente alteradas. O vírus da Aids infecta 33 milhões de pessoas em todo o mundo.

Leitores denunciam homofobia em festa da Vivo na Liqüe em Curitiba (texto)


Na última sexta-feira, leitores e um fotógrafo freelancer da Lado A, Gregori, foram expulsos da festa Vivo Conectado na casa noturna Liqüe, em Curitiba, depois que dois rapazes trocaram beijo no local. Por volta das 3h da manhã, quando se encontravam no fumódromo, dois rapazes se beijaram e foram advertidos pelos seguranças da casa de que não era permitido dois homens se beijarem, segundo relato das vítimas. Um amigo dos rapazes sacou o celular para filmar a confusão e teve deu aparelho derrubado ao chão e foi expulso pelos seguranças.
 Já do lado de fora, a confusão recomeçou quando os outros rapazes foram conduzidos para fora da festa. Este momento rendeu um vídeo em que aparece um funcionário da casa ou da festa tentando tomar o celular da mão da pessoa que fazia as imagens. Os rapazes acabaram a noite com hematomas das chaves de braço e sossega leão que receberam. Convidados em redes sociais para o evento da operadora telefônica Vivo, os leitores agredidos querem processar a empresa que promoveu o evento e a casa noturna. 
Segundo relato, uma pessoa que se identificou como Rafael Mueller e “dono da festa” teria dito que a instrução seria sua e que gays teriam outros lugares para fazerem essas coisas, se referindo a beijos. O grupo ficou indignado pois afirmam que não estavam protagonizando cenas picantes e apenas trocaram um beijo. Outros leitores afirmaram que mesmo após a expulsão do grupo, outros casais gays foram impedidos de se beijar na festa. Algumas pessoas saíram junto com o grupo em solidariedade.
 Nesta segunda-feira, no Twitter, a Lique (@liqueclub) se defendeu acusando os rapazes de estar praticando indecências (chegaram a afirmar que um deles colocou a mão dentro das calças do outro) e afirmou que as imagens são da confusão que se deu por um dos rapazes fumar em local proibido. 
Na página no Twitter do evento (@ vivo_conectado), a organização atesta a declaração da casa e afirma que eles tiveram “um comportamento inadequado e contra a lei para um ambiente público”, que não houve violência, que foram convidados a se retirarem e que o uso de força aconteceu quando tentavam voltar para a festa.
Para a Lado A, Diogo, publicitário de 23 anos, que aparece no vídeo, afirma que os seguranças da casa usaram força exagerada e que não o arrastaram na pista da casa, sendo que saiu por sua vontade para não passar pelo vexame de ser arrastado pela pista. Ele afirma que quando aguardava a viatura da polícia do lado de fora acendeu um cigarro em local errado e ao ser informado seguiu para a rua, sem qualquer estresse. Quando seus amigos saíram que o vídeo foi feito, momento em que a confusão reacendeu. Na ocasião, os seguranças da casa agrediram Léo, que filmava a cena e correram atrás dele. Ele relata ainda que o policial que foi até o local inicialmente se negou a registrar a ocorrência, afirmou que gays tem local próprio para irem e que ele poderia depois procurar uma ong que defende os gays, em tom de ironia.
Nesta terça-feira, os rapazes estarão em companhia de uma das maiores advogadas do Brasil de direitos dos homossexuais para registrar queixa e farão a denúncia ao Ministério Público do Paraná. Até o momento, a Lado A ouviu 18 pessoas que presenciaram em diversos momentos os seguranças da Liqüe pedindo para gays não beijarem dentro da festa. 
Em 2008, um casal gay foi expulso da casa por acompanharem dois homens que se beijaram dentro da Liqüe. Na ocasião, a casa afirmou que não tem preconceito, discurso reproduzido novamente. Um grupo promete para esta quinta-feira um beijaço na frente do clube em protesto aos eventos acontecidos no evento da Vivo.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Na reta final (texto)

Um pouco mais de uma semana para eu entrar de férias. Esperei muuuuuito pelo dia 12 de dezembro. Hoje aconteceu o nosso vestibular, tudo bem tranquilo, ou melhor, nenhuma ocorrência fora da normalidade.
Na quarta, acontece a prova final para alguns alunos do primeiro ano. Aí é corrigi-las, multiplicar, somar e dividir as notas, preencher o diário (odeio preencher diário!), publicar as notas, entregá-las na secretaria acadêmica e pronto.
Viajo para Curitiba no dia 22 à noite e para o Rio no outro dia e aí é encontrar os amigos, ver meu padrasto, ir à praia, dormir muito, sair sem pensar que tenho compromissos pela manhã, ir ao cinema, boate. Não vejo a hora.
O balanço de 2010 faço mais para frente. Posso adiantar apenas que o ano foi de muito trabalho, outras tantas viagens, congressos, seminários, muita saudade da minha mãe, amigos novos, noites em claro, muito riso, abraços.
Em dezembro, dia 24, são dois anos de blog, em janeiro mais um ano de vida e a esperança de que o próximo ano seja sempre melhor do que o ano que acaba.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Violência contra homossexuais (Drauzio Varella)


Negar direitos a casais do mesmo sexo é imposição que vai contra princípios elementares de justiça



A HOMOSSEXUALIDADE é uma ilha cercada de ignorância por todos os lados. Nesse sentido, não existe aspecto do comportamento humano que se lhe compare.
Não há descrição de civilização alguma, de qualquer época, que não faça referência a mulheres e a homens homossexuais. Apesar de tal constatação, esse comportamento ainda é chamado de antinatural.
Os que assim o julgam partem do princípio de que a natureza (leia-se Deus) criou os órgãos sexuais para a procriação; portanto, qualquer relacionamento que não envolva pênis e vagina vai contra ela (ou Ele).
Se partirmos de princípio tão frágil, como justificar a prática de sexo anal entre heterossexuais? E o sexo oral? E o beijo na boca? Deus não teria criado a boca para comer e a língua para articular palavras?
Se a homossexualidade fosse apenas uma perversão humana, não seria encontrada em outros animais. Desde o início do século 20, no entanto, ela tem sido descrita em grande variedade de invertebrados e em vertebrados, como répteis, pássaros e mamíferos.
Em alguma fase da vida de virtualmente todas as espécies de pássaros, ocorrem interações homossexuais que, pelo menos entre os machos, ocasionalmente terminam em orgasmo e ejaculação.
Comportamento homossexual foi documentado em fêmeas e machos de ao menos 71 espécies de mamíferos, incluindo ratos, camundongos, hamsters, cobaias, coelhos, porcos-espinhos, cães, gatos, cabritos, gado, porcos, antílopes, carneiros, macacos e até leões, os reis da selva.
A homossexualidade entre primatas não humanos está fartamente documentada na literatura científica. Já em 1914, Hamilton publicou no "Journal of Animal Behaviour" um estudo sobre as tendências sexuais em macacos e babuínos, no qual descreveu intercursos com contato vaginal entre as fêmeas e penetração anal entre os machos dessas espécies. Em 1917, Kempf relatou observações semelhantes.
Masturbação mútua e penetração anal estão no repertório sexual de todos os primatas já estudados, inclusive bonobos e chimpanzés, nossos parentes mais próximos.
Considerar contra a natureza as práticas homossexuais da espécie humana é ignorar todo o conhecimento adquirido pelos etologistas em mais de um século de pesquisas.
Os que se sentem pessoalmente ofendidos pela existência de homossexuais talvez imaginem que eles escolheram pertencer a essa minoria por mero capricho. Quer dizer, num belo dia, pensaram: eu poderia ser heterossexual, mas, como sou sem-vergonha, prefiro me relacionar com pessoas do mesmo sexo.
Não sejamos ridículos; quem escolheria a homossexualidade se pudesse ser como a maioria dominante? Se a vida já é dura para os heterossexuais, imagine para os outros.
A sexualidade não admite opções, simplesmente se impõe. Podemos controlar nosso comportamento; o desejo, jamais. O desejo brota da alma humana, indomável como a água que despenca da cachoeira.
Mais antiga do que a roda, a homossexualidade é tão legítima e inevitável quanto a heterossexualidade. Reprimi-la é ato de violência que deve ser punido de forma exemplar, como alguns países o fazem com o racismo.
Os que se sentem ultrajados pela presença de homossexuais que procurem no âmago das próprias inclinações sexuais as razões para justificar o ultraje. Ao contrário dos conturbados e inseguros, mulheres e homens em paz com a sexualidade pessoal aceitam a alheia com respeito e naturalidade.
Negar a pessoas do mesmo sexo permissão para viverem em uniões estáveis com os mesmos direitos das uniões heterossexuais é uma imposição abusiva que vai contra os princípios mais elementares de justiça social.
Os pastores de almas que se opõem ao casamento entre homossexuais têm o direito de recomendar a seus rebanhos que não o façam, mas não podem ser nazistas a ponto de pretender impor sua vontade aos mais esclarecidos.
Afinal, caro leitor, a menos que suas noites sejam atormentadas por fantasias sexuais inconfessáveis, que diferença faz se a colega de escritório é apaixonada por uma mulher? Se o vizinho dorme com outro homem? Se, ao morrer, o apartamento dele será herdado por um sobrinho ou pelo companheiro com quem viveu por 30 anos?

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

SIM E NÃO (texto)

Aprendi a dizer Não não faz muito tempo. E sou bastante honesto ao afirmar que ao dizê-lo, mais do que uns podem crer, é libertador. Digo Não para respeitar os meus limites e, sobretudo, a minha vontade. E, sinceramente, pouco tenho me importando com as expectativas dos outros.
"Dizer não é dizer sim", cantou o Kid Abelha e os Abóboras Selvagens nos anos 80 e percebi com o passar dos anos o quanto podemos nos tornar reféns do sim. Dizer Sim sem vontade é uma das grandes agressões a que nos submetemos, porque queremos agradar ao outro, principalmente. Esquecendo-nos.
Tenho percebido que, em geral, as pessoas convivem muito bem com a falsidade, com a dissimulação,  com tudo aquilo que não é mais do que aparentar ser, mas nada bem com as pequenas verdades.
Sei tb que às vezes ela, a verdade, doi (muito), mas ainda assim, prefiro ouvi-la ou dizê-la a ter que conviver com a dissimulação ou com comentários feitos às costas ou à ausência.
No entanto sei tb que tudo isso tem um preço e pagá-lo não é nada fácil, mas diante de liquidar essa dívida ou de fazer alguma concessão, ainda acho mais tranquilo sacar o talão de cheques.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

PAPAI NOEL DOS CORREIOS 2010

Realizada há mais de 20 anos, o Papai Noel dos Correios é uma das maiores campanhas sociais natalinas do Brasil. Distribuir presentes não é meta institucional da campanha, a principal preocupação é responder aos remetentes das cartinhas endereçadas ao Papai Noel e promover a mobilização dos Correios e da sociedade em torno dos sonhos das crianças brasileiras. 
A disseminação, em todo país, de valores natalinos como amor ao próximo, solidariedade e felicidade é o principal benefício conquistado graças à vontade dos mais de 108 mil empregados e à solidariedade da sociedade brasileira.
Em 2010, foram estabelecidas parcerias com escolas públicas, creches e/ou abrigos que atendem crianças em situação de vulnerabilidade social. Desta forma, a campanha alinha-se a um dos Objetivos do Milênio estabelecidos pela Organização.

Da série Poemas de Dezembro

Receita de Ano Novo


Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor de arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação como todo o tempo já vivido
(mal vivido ou talvez sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser,
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?).
Não precisa fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar de arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto da esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um ano-novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo de novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.

Texto extraído do Jornal do Brasil, Dezembro/1997.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Poemas de Dezembro (Drummond)

Procuro uma alegria
uma mala vazia
do final de ano
e eis que tenho na mão
- flor do cotidiano -
é voo de um pássaro
é uma canção.
(Dezembro de 1968)

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Dias em que a porca torce o rabo! (texto)

Período pós-vestibular não é dos melhores para muitos lados.  Mais trabalho  a cada 5min. Pelo menos agora encaro como parte do trabalho. Eles chegam e eles vão.

domingo, 28 de novembro de 2010

Cláudia Wonder (texto)

A primeira vez que ouvi falar de Cláudia Wonder foi em 1986 numa coluna do escritor Caio Fernando Abreu no Estadão. Ele publicou em sua coluna no jornal o artigo “Meu amigo Claudia”, no qual rendeu uma afetuosa homenagem àquela que no palco e na vida era bem assim: uma maravilha, um espanto.
Depois dessa coluna, sempre ouvi histórias sobre a Cláudia. Ela era irreverente acima de qualquer coisa. Não era óbvia, a começar pela escolha do nome. Ela era Marco Antonio Abrão, mas virou Wonder
Se esperavam dela o amor pelos musicais à Judy Garland, ela apresentava Lou Reed com sua banda Jardins das Delícias. Se a queriam fazendo lipsinck na boate, ela preferia integrar a trupe do lendário diretor de teatro Zé Celso na peça O Homem e o Cavalo. Se a queriam alienada e fútil, ela se mostrava politizada, a favor da democracia no fim da ditatura e ativista dos direitos civis para gays, lésbicas e trans.
Claudia começou sua carreira artística fazendo shows em boates e no teatro. Com participação em mais de dez montagens (algumas delas com o Teatro Oficina), 13 filmes – entre eles, Carandiru – um álbum solo FunkyDiscoFashion (2007), gravado com Edson Cordeiro, além do livro Olhares de Claudia Wonder – Crônicas e Outras Histórias (2008).
Marcou época no lendário clube paulistano Madame Satã, e toda sua irreverência ficou conhecida na noite underground paulistana da década de 80. Entre as concorridas performances apresentadas no “Satã”, não há como esquecer o banho de Claudia, numa banheira de groselha, de onde “espirravam” atitudes e protestos. Tanta ousadia conquistou não só Caio F., como Cazuza, Zé Celso e tantos outros amigos – famosos e não famosos – que se tornaram fãs da artista. “Ela tinha uma voz tênue, rouca, uma roqueira quase sem voz. Mas ela tem a voz e a voz da alma dela é fortíssima”, disse o diretor Zé Celso no documentário de Dácio Pinheiro.
Claudia deixa não só uma herança cultural formidável, mas, sobretudo exemplo de dignidade como bem registrou Caio Fernando Abreu. E esse tipo de herança não se perde. “Esbarraremos” com Claudia pelas esquinas de São Paulo – e em tantas outras por aí – cada vez que a arte prevalecer e a intolerância sucumbir. Disse Zé Celso: “Claudia Wonder não foi, Claudia Wonder é a história dessa cidade ainda”. Divas não morrem.

Amanhã é segunda-feira. Não acredito! (texto)

Cheguei no sábado às 12h45 em Foz do Iguaçu. Podre, depois de 8h de viagem e nada de sono. Meu voo saiu às 3h10 de Natal. Uma parada estratégica no Rio para uma conexão. 
Assim que cheguei em casa, depois de um banho e nada de poder dormir, fui à universidade. Detalhe, minha última refeição foi o jantar de sábado. 
Preparamos o campus para o vestibular. Trabalhamos até às 18h. Dormi até às 5h de domingo e voltei para o batente. Trabalhamos até às 14h. Pedi comida, finalmente, e desmaiei. Ainda estou cansado, as pernas doem.
E sem acreditar me lembro que amanhã é segunda e tudo recomeça sem trégua.
De qualquer forma, ainda que eu esteja cansado, a viagem foi muito boa. A-do-rei Natal. Gostei demais da comida. Das pessoas e do congresso.
A ABEH vai crescer muito, principalmente se depender da sua coordenação e dos associados. Há muito o que se pensar, escrever, publicar, discutir. O próximo encontro será em Salvador em dois anos. Estarei por lá, espero!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

De um verde impressionante (texto)

Como eu disse, estou em Natal, RN. Ontem fiz um tour pela cidade com um amigo. Natal é uma cidade linda! O Centro é muito parecido com Santa Teresa, bairro do Rio. Além de belas construções (as semelhanças acabam aqui), as ruas são amplas, limpas, as praias são de um verde impressionante. E é claro que isso não é tudo. Estou sendo muito bem tratado por aqui, já fiz amigos. E faria muito mais se estivesse, por exemplo, uns 3 anos na cidade (rs).
Tem alguma coisa no tempero ou no leite que os nordestinos tomam para que eles sejam tão agradáveis, educados, bem-humorados. Há uma simplicidade no trato que chama atenção de qualquer sulista (tô me considerendo um). É claro que quero morar em Natal! É o meu termômetro. Se quero morar na cidade é porque gostei muito dela. Este ano teria me mudado para BH, Florianópolis, Maringá, pelo menos.
A cidade é enorme. O céu sempre azul. Dizem que são 300 dias de sol no ano. Não duvido. O calor não é aquele insuportável do Rio de Janeiro. Venta o dia inteiro. Não vi nada parecido com Natal em outra cidade do Nordeste (Ne). Salvador, por exemplo, é uma metrópolis, aqui é mais rústico ainda que tb seja uma capital.
O trânsito não é caótico. Hoje fui à universidade de moto (aluguei uma). Quase não consigo voltar a Ponta Negra. Meu GPS nunca funciona, por outro lado aprendi que quem tem boca vai à lona.
Agora estou no terraço da pousado, de frente pro mar. É uma imensidão verde (agora quase escuro). Anoitece cedo por aqui. Amanhece tb cedo.
Bom demais poder estar por aqui e aproveitar a viagem.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Agridem e voltam pra casa como se nada tivessem feito (texto)

Cada vez que vejo novas imagens das agressões ocorridas em SP mais fico revoltado com todos esses fatos. Me pergunto como pode tanta covardia, como é que esses animais agressores (desculpe-me a ofensa aos irracionais que não tem nada com isso, mas é a palavra que encontro para tentar expressar a minha indignação) conseguem fazer isso, voltar pra casa, dormir, continuar a vida como se nada tivesse acontecido?
Não consigo entender definitivamente como nem os pais, nem alguma escola, nem ninguém tenha conseguido dar educação para esses criminosos. Como é que essa gente está solta pelas ruas de SP sem que nada seja feito. São bandidos e estão sendo protegidos pelo silêncio e pela (in)justiça brasileira.
Não se pode caminhar pela Avenida Paulista (ou em qualquer avenida do país) sem achar que se corre perigo (de vida). É vergonhoso como construímos adolescente dessa natureza!
Isso tb é o resultado do que se diz por aí sobre os homossexuais: igreja, ciência, medicina tem parcela de culpa nessas agressões. Já passa da hora da homofobia ser considerada crime passível de penalização. A Lei não acaba com o preconceito, mas pode fazer com que ocorrências como essas diminuam.

Já é Natal (texto)

Fazia tempo que eu não chegava em uma cidade pela primeira vez e era recebido por amigos. Na verdade, fazia tempo que amigos não me esperavam em aeroporto, rodoviária ou afins. Afins então, nem se fale (risos).  Um grande amigo, da época de M. Cândido Rondon estava me aguardando. Ainda bem que lugares e amigos são marcas de nossas passagens por aqui.
Pois estou em Natal, RN. Cheguei por aqui às 14h30 (mais ou menos), depois de uma viagem de 8h de avião. Sabe aquele voa um pouquinho, descansa um pouquinho, voa outro pouquinho e por aí vai? Dormi em Foz do Iguaçu e levantei às 4h30, meu voo era às 6h. E como fiquei preocupado com a hora, dormi bem mal.
O que a gente não faz por um congresso!? Estou inscrito na ABEH, Associação Brasileira de Estudos da Homocultura, por sugestão de um amigo. E apresento o resultado de uma pesquisa na quinta-feira.
Estou em Ponta Negra, uma praia linda, mas cansado da viagem (depois do almoço dormi quase até agora) ainda não a aproveitei. Amanhã será outro dia!
Ah, detalhe, aqui não tem o famigerado horário de verão. O que quer dizer que cheguei às 14h30 (no horário local), a viagem, portanto, durou 9h.
Como você leitor pode perceber, estou meio tonto ainda e estou achando que este pequeno texto não faz nenhum sentido. Mas só amanhã eu para para reescrevê-lo. Por enquanto ficam essas pequenas impressões.


domingo, 21 de novembro de 2010

A cultura da irresponsabilidade, Freud explica (texto)

É claro que toda unanimidade é burra. Toda generalização absurda. E pior ainda quando se coloca todo mundo no mesmo saco! Mas sejamos razoáveis, a cultura do estudante aqui no país quase beira a irresponsabilidade. 
Acho que, é claro que isso é apenas uma impressão (tudo bem que dura quase 25 anos), estudar e os compromissos escolares são quase sempre deixados para depois. São assuntos de segunda ordem.
Difícil encontrar um aluno que chegue na hora da aula, mais difícil ainda aquele que leu o texto para se preparar para a discussão em sala, quase impossível esbarrar com aquele que além de ler o texto praparou alguma questão para fazer quando da sua discussão.
O segundo dia de vestibular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), neste domingo (21), teve 40.041 abstenções. Segundo o reitor da universidade, Aloísio Teixeira, no total, 51.972 mil pessoas realizaram a prova em 12 municípios do Rio. Foram 92.013 inscritos. As provas foram aplicadas em 76 locais.
Ainda de acordo com o reitor, o gabarito será divulgado ainda neste domingo. As notas serão conhecidas no dia 21 de dezembro, o pedido de revisão será em 5 de janeiro e o resultado final sairá no dia 14 do mesmo mês.
“A segunda prova da UFRJ ocorreu sem problemas. Tivemos 7.000 faltosos a mais do que no primeiro dia (15 de novembro), mas a abstenção estava dentro do previsto”, afirmou o reitor. No primeiro dia, foram 32.812 abstenções.
O mais interessante são os motivos alegados para justificar o atraso: "o despertador não tocou"; "moro longe"; "a minha mãe não me acordou"; "o ponto de ônibus fica longe da minha casa"; "não sabia ao certo o local da prova"; "me informaram que eu faria a prova num colégio, mas a informação estava errada" etc. (melhor parar por aqui).
Não li uma justificativa de atraso que o próprio candidato se responsabilizasse pela desisformação, atraso ou coisa parecida ("coisa parecida", então, nem se fale). Toda a (ir)responsabilidade é de alguém que não do próprio. Toda a culpa (e sempre existe um culpado) está fora da minha alçada. Ou seja, criamos monstros que não sabem sequer assumir que estar no horário e local determinado não é tarefa de pais, tios, avós, vizinhos, motoristas etc & tal.
Se eu moro longe, eu tenho que acordar mais cedo para chegar na hora. Preciso conhecer o trajeto antes para saber exatamente como fazer. Tenho que ter certeza do local e sala aonde farei a prova e por aí vai. 
Tem um horário definido no edital de qualquer concurso para que os portões sejam fechados. Não posso arriscar.
Por que é tão complicado assim cumprir com os compromissos, sobretudo com aqueles que de alguma forma definem um pouco a minha vida? Sigmund Freud diria que é uma escolha.

sábado, 20 de novembro de 2010

Caçador de andróides - Blade Runner (filme)

Blade Runner é um filme de 1982. Assisti no cinema e saí impressionado com  seu o argumento. Nunca mais havia parado para revê-lo. Hoje, sei lá por qual motivo, comprei o filme e não resisti. 
O gênero é ficção científica, realizado por Ridley Scott, e se passa em uma futurística, chuvosa e escura Los Angeles de 2019.  
O filme descreve um futuro em que a humanidade inicia a colonização espacial, para tanto cria seres geneticamente alterados - replicantes - utilizados em tarefas pesadas, perigosas ou degradantes nas novas colônias. Fabricados pela Tyrell Corporation como sendo "mais humanos que os humanos", os modelos Nexus-6 são fisicamente idênticos aos humanos, mas são mais fortes e ágeis. Devido a problemas de instabilidade emocional e reduzida empatia, os replicantes são sujeitos a um desenvolvimento agressivo, pelo que o seu período de vida é limitado a quatro anos.
Após um motim, a presença dos replicantes na Terra é proibida, sendo criada uma força policial especial - blade runners — para os caçar e "retirar" (matar). O filme relata como um ex-blade runner - Deckard -  volta à ativa para caçar um grupo de replicantes que se rebelou e veio para a Terra à procura do seu criador, para tentar aumentar o seu período de vida e escapar da morte que se aproxima.
Ao visitar Tyrell, o criador dos replicantes, Deckard conhece sua jovem assistente Rachael, que ignora o fato de que também ela é uma replicante. Rachael tem todas as memórias de uma sobrinha de Tyrell, e apoiada em suas memórias não consegue acreditar que é uma replicante. A cena em que ela é submetida a um teste Voight-Kampff e se convence desse fato é uma das mais comoventes do filme, e levanta questões filosóficas importantes. O policial Deckard se sente atraído por Rachael, sua fragilidade e sensibilidade,  a ponto de se envolver com ela. 
Elenco:
  • Harrison Ford.... Deckard/narrador
  • Rutger Hauer.... Roy Batty
  • Sean Young.... Rachael
  • Edward James Olmos.... Gaff
  • M. Emmet Walsh.... Capitão Bryant
  • Daryl Hannah.... Pris
  • William Sanderson.... J.F. Sebastian
  • Brion James.... Leon
  • Joe Turkell.... Tyrell
  • Joanna Cassidy.... Zhora
  • James Hong.... Hannibal Crew
  • Morgan Paull.... Holden

Desestigma - Edu Krieger (música)

nem tudo que se publica é fato
nem todo galã das oito é rico
nem todo camisa 10 é zico
nem todo cantor de rock é chato
nem todo baiano curte festa
nem todo forró vem do nordeste
nem todo malandro é cafajeste
nem toda riqueza é desonesta
nem todo delito é castigado
nem toda promessa é mentirosa
nem toda roseira é cor de rosa
nem todo carinho é delicado
nem todo patrão é arrogante
nem todo empregado é submisso
nem todo padrinho é padre ciço
nem todo alfaiate é elegante
nem toda modelo diz asneira
nem todo guru tem a resposta
nem toda jogada tem aposta
nem toda tristeza é passageira
nem todo maluco é sem juízo
nem todo grã-fino tem fineza
nem toda pintura tem beleza
nem toda beleza é paraíso
nem todo playboy é maconheiro
nem toda maconha dá larica
nem todo tesão que bate fica
nem todo mendigo quer dinheiro
nem toda mulher tem tpm
nem todo pm quer suborno
nem tudo que é frio já foi morno
nem todo animal que goza geme

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Saudades

Nem sempre se resolve a saudade com uma ligação.

Finalmente o Exército prende militar suspeito de balear estudante no Rio (texto)


Exército prende militar suspeito de balear estudante no Rio. 

Além dele, sargento que estava no local do crime também foi preso.
Vítima foi ferida na barriga após Parada Gay de Copacabana, no domingo.


O Exército prendeu nesta quinta-feira (18) dois militares suspeito de envolvimento no episódio em que um estudante de 19 anos foi ferido na barriga após a Parada Gay, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, no último domingo (14). A instituição confirmou as prisões em nota à imprensa.
"O militar que atirou no estudante admitiu o crime e contou os detalhes sobre sua ótica. Não há dúvidas quanto à atitude homofóbica dos militares", disse o delegado. Segundo Veloso, eles teriam dito que saíram do Forte à revelia dos seus superiores com o objetivo de fazer com que as pessoas que estavam no Parque Garota de Ipanema, no Arpoador, deixassem o local.
De acordo com o delegado Fernando Veloso, da 14ª DP (Leblon), onde o caso foi registrado, o Exército realizou uma perícia nos militares que estavam em serviço naquela noite para saber se algum deles havia efetuado disparos com armas de fogo e os identificou. A instituição chegou a negar o envolvimento de militares, porque o responsável pelo tiro teria reposto a munição de sua arma, dificultando a perícia inicial.
Polícia vai levar vítima para fazer reconhecimento

Às 15h, o delegado pretende levar a vítima e as testemunhas do crime ao Forte de Copacabana para que eles façam o reconhecimento formal dos militares.
Na ocasião, os acusados, que já foram ouvidos no Inquérito Policial Militar, serão ouvidos oficialmente pela Polícia Civil.
Segundo Veloso, os militares vão responder na Justiça comum e na Militar. De acordo com o delegado, eles devem responder pelo crime de tentativa de homicídio duplamente qualificado por motivo torpe (sem dar chance a vítima).
Como foi
Na segunda-feira (15), a vítima contou que foi humilhado e agredido por um grupo de três homens no Parque Garota de Ipanema, momentos antes dos disparos.
Estou arrasada sinceramente com essa situação"
Viviane, mãe da vítima
“Começaram a ofender, xingar, dizendo que, se pudessem, eles mesmos matariam cada um de nós com as próprias mãos, porque é uma ‘raça desgraçada’ e tal... humilhar, bater entre outras coisas. Foi quando um deles me empurrou no chão e atirou. Eu caí sentado e ele atirou na minha barriga", disse.
Ele contou, ainda, que estava com amigos no parque. Segundo ele, o grupo foi abordado pelos homens que se identificaram como militares e usavam fardas camufladas. Um deles tinha uma pistola.
O rapaz prestou queixa logo após deixar o Hospital Miguel Couto, no Leblon, também na Zona Sul, onde estava internado. A bala não atingiu nenhum órgão vital do rapaz, que fez exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML).
'É revoltante', diz mãe de vítima
A violência do episódio revoltou os pais do estudante: “Eu aceito meu filho como ele é. Para mim é péssimo, é revoltante. Estou arrasada sinceramente com essa situação”, declarou a mãe.
“É um sentimento muito ruim de desconforto, de falta de confiança em quem deveria estar protegendo a população. São soldados treinados que deveriam de certa forma dar uma segurança. Acho que é um preconceito muito grande", destacou o pai do jovem.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (texto)

NOTA OFICIAL CONTRA A VIOLÊNCIA HOMOFÓBICA
No último domingo (14/11/2010) foram noticiados em cadeia nacional dois casos separados de atos extremos de violência contra homossexuais.
Em São Paulo, em plena Avenida Paulista, um grupo de cinco jovens perpetrou dois ataques diferentes que, segundo testemunhas, foram gratuitos e caracterizados como homofóbicos pelos xingamentos feitos pelos atacantes.
No Rio de Janeiro, após a 15ª Parada LGBT, um jovem gay foi baleado no estômago no Arpoador, também gratuitamente. Segundo a vítima, o agressor é um militar que trabalha nas redondezas, no Forte de Copacabana.
Felizmente, desta vez, nenhuma das vítimas morreu.
Para a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), estes casos, infelizmente, são apenas a ponta de um imenso iceberg, e ganharam visibilidade nacional inusitada, porém bem-vinda.
Diariamente, lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) sofrem violência desta natureza em nosso país. E pior, a cada dois dias, em média, uma pessoa LGBT é assassinada no Brasil, segundo dados do Grupo Gay da Bahia.
Portanto, a ABGLT vem se manifestar, mais uma vez, pelo fim imediato de toda e qualquer violência homofóbica, e pela promoção de uma cultura de paz e respeito à diversidade, conclamando:
Ao Poder Executivo, em todos os níveis, que tome as medidas cabíveis e apure os fatos destes e de outros crimes de violência cometidos contra LGBT, identificando e punindo exemplarmente os culpados, sem deixar os crimes impunes. A impunidade gera mais violência.
Que o Governo Federal acelere a implementação do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e dos Direitos Humanos de LGBT.
Que os governos estaduais e municipais elaborem e também implantem seus planos de combate à homofobia.
Que promova a educação para o respeito à diversidade sexual, para que as novas gerações possam aprender a conviver com e respeitar as diferenças.
Que promova no âmbito estadual e municipal, eventos de sensibilização de agentes da segurança pública, como o II Seminário de Segurança Pública para LGBT, que na semana passada no Rio de Janeiro capacitou 150 policiais de todo o país em questões específicas à segurança da população LGBT.
Ao Congresso Nacional, que aprove legislação específica contra toda e qualquer forma de discriminação no Brasil, inclusive a discriminação homofóbica, e que certos parlamentares deixem de afirmar que a população LGBT não precisa de legislação que a proteja desta forma. Os fatos sobre a violência e a discriminação contra LGBT estão expostos, é hora de agir e cumprir o papel de legisladores eleitos para representar todos e todas os/as brasileiros/as, sem distinção. O Projeto de Lei da Câmara nº 122/2006 está tramitando no Congresso Nacional desde 2001 (P/L 5003/2001). São nove anos de inércia e desrespeito à população LGBT, nove anos de incentivo à continuação da violência e discriminação contra LGBT, nove anos de endosso da impunidade.
Em parceria com diversas instituições, com o intuito de despertar para este cenário, nos dias 23 e 24 de novembro, a ABGLT estará apoiando a realização de três eventos consecutivos no Congresso Nacional: o Seminário Escola Sem Homofobia, a Audiência Pública Bullying Homofóbico nas Escolas, e o Seminário sobre os Assassinatos de LGBT.
Ao Judiciário, que continue julgando favoravelmente as demandas pela igualdade de direitos, condenando os casos de homofobia, punindo de forma rigorosa a violação dos direitos humanos de LGBT.
Que continue baseando suas decisões nos preceitos constitucionais da não-discriminação, da dignidade humana, da intimidade, da segurança e do direito à vida.
Aos Religiosos, que ajudem a semear a cultura da paz e do amor ao próximo. E que determinados religiosos fundamentalistas parem imediatamente de incitar a discriminação e o ódio contra as pessoas LGBT, ao nos categorizarem como “doentes” ou “anormais”.
Temos testemunhado que essa intolerância pregada por setores fundamentalistas cristãos tem sido transformada em violência extrema. A pregação religiosa que ataca os homossexuais acaba por legitimar atitudes de ódio.
Infelizmente, temos assistido a uma onde conservadora, que ganhou contornos fortes na campanha presidencial. Ela atinge mulheres, negros, nordestinos e LGBT.
É preciso dar um basta a todo e qualquer tipo de preconceito. Vivemos em um país democrático, onde a igualdade e a não-discriminação são preceitos fundamentais. Esta violência há de parar. A vida humana não pode ser banalizada desta e nem de qualquer outra forma.
Que a sociedade brasileira se conscientize da gravidade do problema da homofobia e da difusão de preconceitos. E que o Estado brasileiro aja para garantir direitos e reprimir exemplarmente atitudes de violência e discriminação.
Por uma cultura de paz e respeito à diversidade.
ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Ódio sexual (texto)

Um jovem de 19 anos que agrediu três rapazes na Avenida Paulista, na região dos Jardins, em São Paulo, neste domingo (14),  vai responder em liberdade pelos crimes de agressão corporal gravíssima e formação de quadrilha. 
A Justiça concedeu na tarde desta segunda-feira (15) um habeas corpus por considerar que ele é réu primário, tem residência fixa e trabalha em atividade lícita.
Ele deixou o 2º DP, no Bom Retiro, por volta das 16h20, sem falar com os jornalistas.
No início da tarde, os outros quatro adolescentes suspeitos das agressões foram liberados da Fundação Casa, no Brás, para onde tinham sido levados de madrugada. Os menores de idade deixaram o local por volta das 14h. O grupo também vai responder em liberdade por ato infracional à Vara da Infância e Juventude.
Um dia após o crime, parte dos envolvidos já não quer mais falar sobre o caso. A mãe de um dos adolescentes, que chegou a pedir punição para o filho e se dizer constrangida no domingo, afirmou nesta tarde, após a liberação dos jovens, que "o assunto está encerrado".
O fotógrafo que foi agredido também afirmou que "não tem mais o que falar sobre o assunto".
A primeira agressão foi contra dois rapazes que estavam perto da Estação Brigadeiro do Metrô no início da manhã de domingo. O fotógrafo de 20 anos conseguiu fugir, mas o amigo dele ficou tão machucado que precisou ser levado para o hospital Oswaldo Cruz. Ele já teve alta.
Um pouco mais adiante, ainda na Avenida Paulista, o estudante de jornalismo Luis Alberto, de 23 anos, que estava acompanhado por dois amigos, foi violentamente agredido no rosto por duas lâmpadas fluorescentes que um dos jovens levava nas mãos. “Ele deu um grito pra chamar a nossa atenção. Na hora que olhei, ele foi e lançou a lâmpada no meu rosto”, disse a vítima. O estudante disse que reagiu e, por isso, teria sido violentamente atingido pelos outros integrantes do grupo.
A Polícia Civil investiga se o motivo do crime foi homofobia, já que um dos jovens feridos disse ter ouvido frases homofóbicas. “Eu escutei alguma coisa referente a bicha, a gay, fizeram até outros comentários”, afirmou um dos jovens feridos.
A defesa dos agressores justifica a violência pautana na possibilidade das vítimas terem flertado com o grupo agressor. Testemunhas, dois seguranças que trabalhavam próximos ao local das agressões, e os próprios rapazes agredidos negam o fato.  Ainda que houvesse o flerte, justifica-se quebrar lâmpadas no rosto de um dos rapazes? Que tipo de flerte pode provocar em alguém tamanha agressividade?
Como é que a sexulidade de alguém pode provocar tanta intolerância? São perguntas que me provocam. Tenho algumas pistas, mas apenas pistas. Já pensou se homossexuais começam a agredir heterossexuais por conta de suas orientações? Estranho, né?!

Da séria: Contos mínimos

A conversa era narcísica. Ele me dizia o que eu queria ouvir porque amava ser amado. Havia um time de futebol apaixonado por ele e havia goz...